o UTMB – Ultra Trail du Mont Blanc (UTMB).
A prova teve partida e chegada em Chamonix (França) e passou por três países - França, Suíça e Itália. Os atletas tiveram de enfrentar ao longo de 168 quilómetros, sete vales, 71 glaciares e 400 cumes do maciço do Monte Branco, totalizando 9.600 metros de desnível positivo, num tempo limite de 46 horas.
A prova teve partida e chegada em Chamonix (França) e passou por três países - França, Suíça e Itália. Os atletas tiveram de enfrentar ao longo de 168 quilómetros, sete vales, 71 glaciares e 400 cumes do maciço do Monte Branco, totalizando 9.600 metros de desnível positivo, num tempo limite de 46 horas.
Entre os 2300 atletas de todo o mundo, vinte e oito eram portugueses dos quais terminaram vinte e um. Carlos Sá e Ester Alves, atletas da “Desnível Positivo/Sportzone”, foram os que obtiveram o melhor resultado na comitiva lusa. Ambos conseguiram o 8º lugar na geral masculina e feminina respectivamente.
"Luís Mota, um tomarense entre milhares de
ultramaratonistas de todo o mundo"
Luís Mota, antes da partida do UTMB, 2014 |
Pelo segundo ano consecutivo, o atleta tomarense da “The
Nort Face”, apoiado pela "Goldnutrition", participou na principal prova de “Ultra Trail mundial”.
A prova do tomarense, Luís Mota
O caminho para esta prova iniciou em Setembro de 2013.
Foi um ano com altos e baixos, tal como a montanha, mas que consegui concluir
com sucesso.
A preparação
Serra da Estrela 1 |
Serra da Estrela 2, Caminho das Estrelas |
Vitorino e Amigos Lousã |
Treino no Salgado |
Alguns dos muitos Amigos que pedalaram a meu lado ( aqui em Fátima) |
Treino em Ferreira do Zêzere |
Na preparação contei com muitos amigos. Vários foram
os treinos longos na Lousã, Serra da Estrela, Ferreira do Zêzere, Tomar,
Salgado… Todos com a preciosa companhia de muitos Amigos. Foram muitos quilómetros, estes são apenas alguns dos muitos bons momentos que passei.
A viagem
A comitiva ribatejana |
A viagem foi com a família Ferreira, da "Greenroc” do
Entroncamento, que já me tinha auxiliado na edição anterior. Poucas seriam as palavras
para agradecer este apoio do Lélio e da Lina Ferreira. Muito obrigado.
A deslocação foi de carro até França, o alojamento em
altitude, cerca de 1800 metros em “ La Forêt” ajudou na aclimatização, fator
limitativo neste tipo de competição em altitude.
José Mota e Luís Mota com o companhia da incansavél Lina Ferreira da Green roc |
Neste local contamos com a companhia do “José Mota” e
família, do Entroncamento. Boa companhia nos Alpes que ornou ainda mais
agradáveis estes dias. Dizer que o José fez uma brilhante prestação. Parabéns
Amigo.
A prova
Primeiro quilómetro |
Não poderia cometer os erros do ano anterior, mas
sabia que a preparação (possível) não me permitia grandes aventuras, terminar
seria uma grande vitória.
Parti tranquilo debaixo de chuva mas apercebi-me que “faltava
força” e aí os bastões, que utilizei pela primeira vez em prova, foram a
solução. Diminuí a intensidade mas, logo na primeira descida as dores, que
nunca tinha tido, eram muito fortes no quadricípite ( músculo da perna). Pensei
logo “vai ser complicado, mas vou conseguir levar o colete”
Os quilómetros foram passando e a força voltava quando
via a comitiva de apoio. Aos poucos o corpo foi-se libertando mas as fortes
inclinações não davam descanso às pernas.
Corremayeur (Itália), meio da prova
Em Champex- Lac |
Molhado errei em não trocar de meias, os quilómetros
que se seguiram, na companhia do João foram complicados. Em dificuldades lá fui
com a sua ajuda, mais tarde com a agradável companhia da Ester Alves, que
acompanhamos enquanto passou por algumas dificuldades momentâneas, as superou e
depois saiu forte para um fabuloso oitavo lugar na geral feminina. Grande
Ester!
Nós lá fomos os dois até ao ponto mais alto da prova, “Grand
Cole Ferré”, passagem da Itália para a Suíça. Depois de longa descida até “La
Fouly” eu segui e o João terminou a sua corrida. Ainda tive para trocar de meias
que estavam molhadas e com areia, mas não era zona de apoio. Foram quilómetros
de dor mas em “Champex-Lac” lá dei um mimo aos pés.
Faltava uma dura Maratona
A caminho da última "dura" Maratona |
Luís Carlos 172
Luís Carlos e Luís Carlos |
O dorsal tinha o nome do meu homónimo cá de casa, o
meu filho. Foi um ano que muito me dediquei à carreira desportiva da minha
filha Mariana. Esta é uma simples homenagem de admiração a um “bom filho” que,
apesar de por vezes lhe faltar no apoio, sempre compreendeu esta situação.
Estaremos sempre juntos. Um dia seremos nós Mariana!
Em treino, antes da prova, com a Mariana |
Já temos dois objectivos para a nossa vida desportiva.
Temos que trabalhar para realizar esses sonhos. Obrigada filha.
O percurso não enganava, 42 quilómetros a subir e a
descer a pique com dureza máxima. As dores foram embora e agora era “fazer a
corrida como eu gosto”. Apesar de querer terminar queria deixar todo o esforço
nos Alpes. Quando iniciei a subida ao “Téte aux Vent”, apenas umas pequenas
luzes brilhavam no céu. Foi subir e descer forte, terminar em bom ritmo e
recuperar algumas posições.
Depois da prova, tal como na edição anterior o apoio do Lélio Ferreira da Green roc, do Entroncamento |
Terminei
em 31horas e 38 minutos e 52 segundos, os cercade 172 quilómetros que
marcou o GPS ( curiosamente o meu número de dorsal), sendo o 148º atleta
da geral individual.
Dedicada a ti
Com quem está sempre ao meu lado |
É a força que me move, é a minha alegria em todos os
momentos. És única!
Termino agora a época desportiva e como estou
agradecido pelos momentos que vivi, em treinos, convívios ou em conversas sobre
esta prova.
Apenas me resta dizer:
“Muito obrigado a todos os que me apoiaram neste
caminho”
Algumas notas:
Algumas notas:
O que é a Ultra
maratona?
A corrida de longa distância, em Montanha, está em
crescimento em todo o mundo. Se até há pouco tempo o desafio Maratona era
aliciante, poucos eram os que desafiavam correr a distância. Hoje, correr 42 quilómetros, tornou-se tarefa fácil para muitos milhares de
portugueses.
Surgem novos desafios e a “ultra maratona”, correr
mais de 100 quilómetros, é o desafio da atualidade.
Em Portugal já há, semanalmente, muitas corridas de
montanha que esgotam inscrições, algumas com mais de um milhar de participantes.
Um fenómeno a ter em atenção pelas entidades de gestão da corrida em Portugal.
Como participar no UTMB?
Os candidatos a sorteio devem possuir 7 pontos,
adquiridos em provas classificativas em todo o mundo, para se poderem
candidatar. Após sorteio devem formalizar a inscrição (cerca de 200€) e de
tratar de toda a logística para o evento ( viagem, alojamento, alimentação…).
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